O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), defendeu nesta terça-feira (5) o fim dos cursos de licenciatura ministrados 100% na modalidade a distância. Esses são os cursos responsáveis por formar os professores no País.
A declaração do petista foi concedida à revista CartaCapital. Santana argumentou que a formação de professores é uma atividade complexa que exige interação presencial entre alunos e professores.
"A formação de professores é uma atividade que exige uma relação muito próxima entre alunos e professores. É preciso discutir, dialogar, trocar experiências. Isso é muito difícil de fazer na modalidade a distância", disse Santana.
O ministro ainda ressaltou que a formação de professores deve ser feita de forma presencial para garantir a qualidade da educação no Brasil.
"A formação de professores é fundamental para a qualidade da educação. Se nós não formarmos professores de qualidade, nós não vamos ter uma educação de qualidade", afirmou Santana.
A defesa do fim dos cursos de licenciatura 100% EAD é uma mudança de posição do governo federal. Em 2020, o então ministro da Educação, Milton Ribeiro (PL), defendeu a expansão da modalidade a distância na formação de professores.
Ainda não há uma data para o fim dos cursos de licenciatura 100% EAD. O governo federal estuda uma forma de regulamentar a modalidade de forma que ela atenda às necessidades da formação de professores.
Reações à declaração do ministro
A declaração do ministro da Educação foi recebida com apoio por entidades que defendem a qualidade da educação no Brasil.
A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), por exemplo, afirmou que a formação presencial de professores é "fundamental para a qualidade da educação".
"A Undime defende a formação presencial de professores, pois é a modalidade que garante a qualidade da formação e o desenvolvimento das competências necessárias para o exercício da profissão", disse a entidade em nota.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) também apoiou a declaração do ministro. A entidade afirmou que a formação presencial de professores é "a melhor forma de garantir a qualidade da educação".
"A CNTE defende a formação presencial de professores, pois é a modalidade que garante a qualidade da formação e o desenvolvimento das competências necessárias para o exercício da profissão", disse a entidade em nota.
Por outro lado, a Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed) manifestou preocupação com a declaração do ministro. A entidade afirmou que a modalidade a distância pode ser uma alternativa para a formação de professores em regiões remotas ou com escassez de oferta de cursos presenciais.
"A Abed acredita que a educação a distância pode ser uma alternativa para a formação de professores em regiões remotas ou com escassez de oferta de cursos presenciais", disse a entidade em nota.