No Palácio do Planalto, em uma coletiva de imprensa marcada para esta quinta-feira, 22 de fevereiro, a Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, revelou planos ambiciosos para fortalecer o bem-estar e a saúde dos mais de 30,4 mil habitantes do território indígena Yanomami. Com um investimento federal de R$ 1,2 bilhão em crédito extraordinário destinado à região em 2024, o governo brasileiro está dando um passo significativo para a transição de ações emergenciais para iniciativas permanentes.

A ministra destacou a mudança de abordagem, enfatizando a importância da instalação da Casa de Governo em Boa Vista (RR) como um marco nesse processo. "Saímos do estado de ações emergenciais para ações permanentes com a inauguração da Casa de Governo em Boa Vista (RR). Serão 13 órgãos de governo que estarão presentes ali para acompanhar e garantir a implementação das ações necessárias pelo território", disse Guajajara. Ela também anunciou que uma comitiva irá à capital de Roraima na próxima semana para continuar o diálogo com a comunidade, visando atender às necessidades dos povos locais.

Entre os anúncios feitos pela ministra está a construção do primeiro hospital indígena em Boa Vista, destinado a oferecer serviços de atenção especializada de média e alta complexidade. O Secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, enfatizou a importância de um modelo de assistência diferenciado, adaptado às necessidades específicas da população Yanomami e dos povos indígenas de Roraima. Tapeba também revelou planos para assinar um protocolo de intenções com a Universidade Federal de Roraima e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para dar início às obras da unidade hospitalar ainda este ano.

Além disso, estão previstas a construção e reforma de 22 unidades básicas de saúde indígena, a reforma completa da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) de Boa Vista, e a construção de um centro de referência contra desnutrição na região do Surucucu. Tapeba enfatizou o objetivo de implementar uma nova política de saúde indígena, mais abrangente e resolutiva, que garanta um cuidado integral para essa população.

Além disso, o governo brasileiro obteve sucesso em garantir que a saúde dos povos indígenas seja uma prioridade na agenda da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Ministério da Saúde está elaborando uma nova Política de Saúde Indígena, com base em contribuições de oficinas nacionais e regionais, seguindo essa pactuação internacional.

Com a oficialização da Casa de Governo, o governo visa coordenar esforços para proteger o modo de vida indígena e combater atividades ilegais, como desmatamento e mineração. Ademais, foram reativados seis polos-base, que oferecem assistência a mais de 5 mil indígenas em mais de 75 aldeias no território Yanomami.

Desde o início de 2023 até fevereiro deste ano, o governo tem incentivado as comunidades indígenas a retomarem as atividades de cultivo. Foram entregues kits de ferramentas, equipamentos para casas de farinha, e formados novos roçados para o plantio de alimentos. Além disso, mais de 6 mil cestas básicas foram distribuídas apenas em janeiro deste ano.

Essas medidas refletem o compromisso do governo em promover o desenvolvimento e o bem-estar dos povos indígenas, garantindo acesso a serviços de saúde adequados, proteção territorial e apoio econômico. Ações concretas estão sendo tomadas para fortalecer as comunidades indígenas e garantir um futuro mais promissor para todos os habitantes do território Yanomami.