O etnoturismo é uma das formas mais conhecidas do turismo de base
comunitária, focado na visitação em terras indígenas. Em Roraima a prática,
que permite aos viajantes conhecerem de perto a cultura, costumes e a vida
de um determinado povo, especialmente povos indígenas, é uma realidade
desde o ano de 2019, quando se iniciou a atividade na Comunidade Raposa
I, localizada na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Além
desta, outras comunidades já participam ativamente da ação, incentivadas
pelo Governo de Roraima.
A prática do etnoturismo foi concebida a partir da regulamentação da
atividade por meio da Instrução Normativa 03/2015 da Funai (Fundação
Nacional dos Povos Indígenas), em que os indígenas aparecem como
responsáveis pela gestão de seus territórios.
Com a intervenção do Governo de Roraima como fazedor de políticas
públicas, foi criado o Programa Estadual de Etnoturismo, que hoje é
referência para todo o Brasil. A iniciativa foi premiada em segundo lugar no
Prêmio Nacional de Turismo 2023 do Ministério do Turismo na categoria
Gestão e Governança do Turismo.
Responsável por trabalhar na formatação do Programa de Etnoturismo de
Roraima, o consultor Enoque Raposo, disse que o sucesso da ação deve-se
à união dos parentes para elaboração do Plano de Visitação, que definiu as
diretrizes da visitação. Hoje pessoas de todo o mundo, em especial
estudantes e acadêmicos, visitam a Raposa I em busca dos conhecimentos
milenares dos macuxis.
“A partir da regulamentação da IN 03/2015 nós decidimos trabalhar com o
etnoturismo como uma das fontes de alternativas econômica para nossa
comunidade”, disse Enoque.
CASE DE SUCESSO
O turismo também foi a saída encontrada pela comunidade Kauwê,
localizada no município de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. Hoje
turistas de todo o Brasil podem conhecer as belezas do lavrado, as belas
cachoeiras e vivenciar o dia a dia das pessoas que ali moram.
Para a coordenadora do turismo na localidade, Karynna Makuxi, participar do
Salão Nacional de Turismo, expondo a experiência do seu povo com a
atividade é um misto de sentimento de gratidão pelo reconhecimento dos
povos indígenas como desse movimento que é o turismo nacional.
O etnoturismo destaca-se pela valorização da ancestralidade, vivências e
costumes dos povos indígenas que ali habitam. Essa prática turística respeita
e promove a preservação da cultura local, proporcionando aos visitantes uma
experiência enriquecedora e autêntica.
Segundo o diretor do Departamento de Turismo da Secult (Secretaria de
Cultura e Turismo), ao alinhar a questão do respeito à ancestralidade, o
etnoturismo nas Comunidades Raposa I e Kauwê destaca a importância de
valorizar a história e tradições milenares dos povos indígenas.
Isso acontece por meio de atividades como apresentações culturais, culinária
típica, artesanato tradicional e compartilhamento de saberes, os visitantes
têm a oportunidade de conhecer e respeitar a rica herança cultural dessas
comunidades.
“Nesse aspecto, o turismo surge como uma alternativa promissora para a
geração de emprego e renda nas comunidades indígenas, contribuindo para
o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida dos
moradores locais”, destacou o diretor do Detur.
Fonte: Secom