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Ministério Público de Roraima responsabiliza quatro pessoas por morte decorrente de cirurgia em clínica clandestina

Quatro acusados responderão por homicídio, associação criminosa e exercício ilegal da medicina após o falecimento de Alzenir Vitor da Silva durante procedimento estético

Publicada em 03/10/23 às 12:29h - 46 visualizações

por Redação Rádio Roraima


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Denúncia abrange homicídio, associação criminosa e exercício ilegal da medicina após óbito de Alzenir Vitor da Silva durante procedimento estético  (Foto: Reprodução/G1 Roraima)
O Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) denunciou quatro pessoas pela morte de Alzenir Vitor da Silva, de 45 anos, durante uma cirurgia plástica em uma clínica clandestina, no bairro Caimbé, zona Oeste de Boa Vista.

De acordo com a denúncia protocolada pela Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri no dia 22 de setembro, Juan Pedro Hernandez Tovar, Zelia Pereira da Silva, Lidiane Oliveira Hernandez e Marilene da Conceição Sousa, praticaram, de forma irregular e sem formação adequada, procedimento médico estético denominado lipoaspiração, com aplicação de substâncias químicas não identificadas na vítima. O fato ocorreu no dia 02 de agosto deste ano.

Conforme as investigações, durante as tratativas para o procedimento, Juan Pedro afirmou para a vítima ser médico e ter formação para realização de cirurgias estéticas, como lipoaspiração, às quais eram realizadas na residência de Zelia Pereira.

Durante o procedimento, realizado por Juan Pedro com o apoio de Zelia, Lidiane e Marilene, que atuavam como instrumentadoras, a vítima passou mal. 

Os denunciados alegaram que a mulher estava “possuída por espíritos” e somente após uma tentativa de “libertação espiritual” os envolvidos se convenceram que Alzenir precisava de atendimento médico e a levaram até o Hospital Geral de Roraima (HGR).

A vítima foi entregue à equipe de plantão desacordada e, momentos após sua entrada no hospital, foi declarada morta pela equipe médica.

O Promotor de Justiça, Joaquim Eduardo dos Santos, autor da ação penal, afirma que o grupo estava interessado na vantagem financeira, sem se preocupar com a saúde da vítima.

“O local era insalubre e não tinha sequer equipamentos médicos necessários, como equipamento de monitoramento dos sinais vitais, além de os envolvidos não terem a capacitação necessária para este procedimento. Isso é muito grave porque uma pessoa perdeu a vida devido à atuação clandestina do grupo”, ressaltou o Promotor de Justiça.

Prisão preventiva

No último sábado, 30 de setembro, a Polícia Civil cumpriu três mandados de prisão preventiva contra os acusados Juan Pedro Hernandez Tovar, Zelia Pereira da Silva, Lidiane Oliveira Hernandez, além de cinco mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos.

A operação St. Thomas, como foi batizada, teve parecer favorável do MPRR. Medida adotada após analisar os autos apresentados pela Polícia Civil, que realizou diligências e coleta de depoimentos dos denunciados e de testemunhas.

Os quatro envolvidos foram denunciados por homicídio mediante motivo torpe, associação criminosa e exercício ilegal da medicina.




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