O Centro de Capoeira da Universidade Federal de Roraima (UFRR) completa 15 anos de criação e, para celebrar a data, a instituição promove o “Capoeira pela Paz”, evento com uma série de atividades gratuitas e abertas ao público, de 20 a 23 de agosto, no Malocão Cultural.
São esperados quase 20 mestres dessa expressão cultural afro-brasileira que mistura vários elementos, como luta e dança. Entre os convidados, estão dois participantes de Minas Gerais. Nos quatro dias de celebração, haverá exposição fotográfica, mesa-redonda, oficinas, palestras, formatura de mestre e rodas.
Segundo o professor Marcio Akira Couceiro, coordenador do Centro, o objetivo do evento é promover a capoeira como ferramenta de educação e paz, além de reconhecer os apoiadores e parceiros que ajudaram a entidade, ao longo desses 15 anos de existência, a consolidar a universidade como um local de produção artística e cultural do Estado.
Um dos projetos de extensão mais antigos da UFRR, o Centro de Capoeira surgiu em março de 2009, tendo funcionado no antigo Malocão do DCE (atual Malocão Cultural) e no prédio da União Operária, retornando em seguida ao malocão, quando este passou a abrigar o Centro de Referência ao Migrante no ápice da crise migratória venezuelana. Para Akira, esta foi uma época em que a instituição conseguiu reforçar sua estrutura e ganhar ainda mais visibilidade.
Desde então, segundo o coordenador, a meta foi se firmar como uma referência da capoeira no Estado, facilitando o acesso de pessoas interessadas em treinar, estudar ou pesquisar.
“No começo, a gente focou nas aulas, essa questão mais extensionista de troca de saberes. Depois, passamos a trabalhar todas as vertentes da universidade, articulando ações de ensino, pesquisa, extensão, internacionalização e até mesmo o fomento de políticas públicas”, destacou Akira.
Reconhecimento
Nestes 15 anos, o Centro de Capoeira foi condecorado pela Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Secretaria Estadual de Cultura (Secult), Câmara Municipal de Boa Vista (CMBV) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A entidade também colaborou para a formação, com apoio da Federação de Capoeira de Roraima, da Salvaguarda da Capoeira, e ainda abriga um dos maiores acervos fotográficos do Estado sobre o tema. Seus membros trabalharam na produção de filmes e livros, representaram Roraima em encontros científicos e promoveram eventos internacionais. Mais recentemente, colaboraram na implementação da disciplina de práticas socioculturais de capoeira, no curso de graduação em Agroecologia da UFRR.
O mestre Renato Adolpho Lopes, presidente da Federação Roraimense de Capoeira, começou a atuar na área na década de 1980 e participa das atividades do Centro, do qual se orgulha de fazer parte, desde o início.
“Foi por meio dele que nós conseguimos nos unir e dar início a um processo de valorização do profissional de capoeira”, explica.
Wellington Pereira, acadêmico do curso de Engenharia Civil da UFRR, é aluno e foi bolsista do Centro de Capoeira, período em que participou de diversos eventos nos quais pôde apresentar pesquisas desenvolvidas dentro do projeto.
“Há muitas atividades que ajudam não apenas os praticantes com os treinamentos, mas também a compartilhar ideias e saberes por meio desses trabalhos que a gente faz”, afirma Pereira.
Participantes
São aguardados no evento os mestres Amadeu Martins, de Belo Horizonte (MG), e Maurício Mendes de Faria, de Viçosa (MG); além de Renato Adolpho Lopes, representante da Federação Roraimense de Capoeira, Dagoberto Ventura Mota, Alcyr, Arilson, Bahia, Beija, Biriba, Fofo, Índio, Ongira, Pinóquio, Michell, Rubens, todos de Boa Vista; o mestre Torresmo, de São João da Baliza; e Dias, de Caroebe, ambos no Sul do Estado.
Fonte: UFRR