O período eleitoral chegou e, de repente, Boa Vista se transformou num canteiro de obras, com serviços sendo executados nos mais diversos bairros da Capital. Algumas dessas obras, como a construção de redutores de velocidade nos bairros Pricumã e Centenário, causam transtornos para os moradores e motoristas de lotação e de aplicativo que trafegam pelo local.
Enquanto a Prefeitura de Boa Vista usa os locais onde os serviços são realizados pela cidade como cenários para propaganda eleitoral, como é o caso da construção da terceira pista na Avenida Brasil, em frente à maternidade provisória, os motoristas reclamam dos transtornos causados pelos serviços.
A tese levantada pelas pessoas prejudicadas é que os obras poderiam ser executadas a partir da noite de sexta-feira, aproveitando o sábado e o domingo para evitar tumulto no trânsito durante a semana.
O motorista de táxi-lotação, Raimundo Silva, diz que um trabalho como esse poderia ser feito à noite ou, se feito durante o dia, que se interditasse a rua toda interrompendo o fluxo de veículos na via até o final da obra. Ele questiona o fato de que a PMBV abre um buraco no meio e deixa o buraco lá e durante duas, com os motoristas passando por dentro, batendo, quebrando para-choque.
“Essas obras acabam causando quebra de veículo, bate para-choque tanto atrás como na frente. Também acaba resultado em transtorno porque interrompe o fluxo do trânsito, formando várias filas de carro aí para passar no horário de pico. Às 18 horas, ao meio dia e pela manhã, pelo amor de Deus, é impossível passar ali”, diz ele.
O desconforto causado por essas obras fica evidente nos horários de pico, principalmente a partir das 18h, quando os trabalhadores estão voltando para casa, depois de um dia inteiro de trabalho.
O também motorista Júnior Batista afirma que a Prefeitura de Boa Vista poderia se espelhar na administração das grandes capitais do Brasil e de outros países, de forma a evitar lentidão no trânsito, o que acaba por atrasar o compromisso dos trabalhadores que usam o serviço de táxi-lotação.
Ele argumenta que em outras capitais e em outros países as obras acontecem muito mais rápido e nunca durante o expediente. “E aqui o que acontece é que o pessoal abre essas valas no meio da pista e muitas das vezes fica o dia todo sem nem mexer na obra, né? Então, o fluxo de veículos fica atrapalhado, acumulando trânsito, atrapalhando ônibus, o transporte simples, que é a lotação no meu caso. Nós, que trabalham com volume de passageiros, temos que lotar, ir no bairro, voltar, lotar de novo. E o passageiro que tem horário a cumprir, isso atrasa os dois, né?
Na Avenida Centenário, nas imediações do Posto Abel Galinha, está sendo construído outro redutor de velocidade. Apesar de reconhecer a necessidade da obra, os motoqueiros, principalmente aqueles que trabalham como entregadores e moto-boys, reclamam da impropriedade do horário de realização do serviço. Isso porque a obra obriga os motoristas e motoqueiros a fazerem um desvio rela Avenida Parma.
Virgílio Silva é uma das pessoas que se sentem prejudicadas. “É muito difícil para a gente se locomover carregando as pessoas. Essas obras tornam muito difícil para nós, né? Porque ficamos prejudicados de qualquer forma. E ter que pegar um desvio como esse, é insalubre também. Mas é assim mesmo. Vamos ver como é que fica”, afirma o motoqueiro Virgílio Silva.
Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Trânsito informou que a instalação de redutores de velocidade em Boa Vista leva de 4 a 5 dias, independentemente do horário dos trabalhos.
O processo ocorre em duas etapas: primeiro, é trabalhada metade da pista, e após a secagem do concreto, a outra metade é concluída. Apesar dos transtornos temporários, os benefícios são permanentes.
A Prefeitura agradece a compreensão e reforça que essas intervenções visam melhorar a segurança e a eficiência no trânsito.
Apesar da explicação da PMBV, é preciso dizer que motoristas e comerciantes reclamam das obras na Avenida Glaycon de Paiva já há duas semanas. Outra questão é que as obras não podem causar transtornos e desconforto. Elas estão causando esses problemas para a população.
Da redação