O período chuvoso, que já está chegando ao fim, trouxe alguns dissabores para moradores de bairros distantes do Centro de Boa Vista. Em comunidades como Senador Hélio Campos, Silvio Botelho, Santa Luzia e outras da Zona Oeste, moradores se queixam do afundamento do asfalto, o que demonstra falta de qualidade no serviço de pavimentação feito pela prefeitura. É o caso, por exemplo, da Rua Coronel Osvaldo Paes Carolino, no bairro Senador Hélio Campos, onde o asfalto se desintegrou com as chuvas em vários pontos.
A moradora Jaqueline Severo, da Rua Professora Maria do Carmo Lima Carvalho, a antiga N-25, também no bairro Senador Hélio Campos, diz que o afundamento do asfalto na via é motivo de muito desconforto. Ela diz já ter entrado em contato com a prefeitura, que disse ter um projeto para reparação do asfalto, mas, até agora, ela não viu nenhum trabalho de recuperação sendo feito.
“É um desconforto porque dificulta o acesso, não só aqui na minha casa, mas na dos vizinhos também. E tem a questão do transporte, porque tem muito buraco. Quando chove, fica aquele lamaçal e o pessoal fica até com dificuldade de passar na rua. O asfalto está todo quebrado e a gente não vê nenhuma movimentação da prefeitura ainda para melhorar isso”, relata.
As condições de vida dos moradores das ruas Escorpião e Maria de Matos Carneiro, no bairro Cidade Satélite, é o que se pode chamar de insalubres. Nos dias de chuva intensa, como aconteceu no último final de semana, a água desce de enxurrada e toma conta de tudo. Isso porque as ruas não têm serviço de drenagem nem de esgoto.
Para não ter suas casas invadidas pela água pluvial, os moradores da Rua Escorpião fazem barricadas com sacos de areia, como relata a dona de casa Tatiane Teixeira, que mora no local há seis anos.
“A manutenção do carro já foi feita por ano umas quatro vezes por causa dos buracos. Criança só vive doente. Acho que é lá do esgoto mesmo, de fossa, de tudo. Aí passa tudo por aqui. Aí as crianças brincam e fica tudo doente. O posto de saúde é cheio de menino doente. A água invade tudo aí. Aí, fica acumulado lixo, tudo. A gente que limpa. A manutenção que faz é a gente, do jeito que a gente pode. Tampar buraco, a gente tampa, a gente compra barro e vai colocando”, explicou.
A dona de casa Eunice Matos, que reside na Rua Escorpião há dois anos, se queixa da falta de infraestrutura. Ela diz que a vida no local é muito difícil.
“Nós ficamos aqui como se morássemos numa vicinal, tudo desregularizado. Seria bom se algumas autoridades competentes pudessem dar uma assistência para a gente nessa situação de saneamento”, disse.
Os residentes da Rua Maria de Matos Carneiro se ressentem da mesma falta de atenção da Prefeitura de Boa Vista. A falta de infraestrutura na comunidade é motivo de queixas recorrentes. A comunidade já existe há 12 anos e, desde então, é ignorada pela administração municipal.
Reportagem, Luiz Valério e Lando Santos.