Cerca de duzentas pessoas
participaram na tarde desta terça-feira, 10 de dezembro, da III Caminhada pela
Paz e Sarau Cultural promovida pelo Ministério Público do Estado de Roraima
(MPRR) e instituições parceiras com a intenção de alertar a sociedade roraimense
sobre a gravidade e os altos índices de violência contra as mulheres no estado.
O evento reuniu membros e servidores do MPRR, representantes dos poderes
executivo, legislativo e da sociedade civil. Os participantes caminharam pela
praça do Mirandinha com faixas e cartazes de apoio às mulheres que sofreram
violência doméstica.
Para a Promotora de Justiça de Defesa da Mulher, Lucimara Campaner, essa
mobilização é necessária no cenário atual.
“Na noite de segunda-feira tivemos mais uma vítima de feminicídio. Uma senhora
de 61 anos foi morta a facadas. Nós já estamos na terceira edição da Caminhada
e precisamos dar visibilidade a essa triste realidade de violência contra
mulheres e abuso contra meninas e meninos. Meu desejo é um dia nós estarmos
aqui reunidos para caminhar para celebrar a paz, mas atualmente, a gente faz a
caminhada para clamar por paz”, ressaltou a Promotora de Justiça.
Ao final da caminhada, foi realizado o plantio de mudas de árvores em homenagem
às vítimas de feminicídio e às mulheres que já sofreram violência.
Luz Maria Nogueira Tovar, vítima de violência doméstica, plantou uma árvore
como símbolo da libertação do ciclo de violência.
“Eu era jornalista na Venezuela, então sempre soube o que era violência
doméstica, patrimonial, emocional, mas acaba que quando a gente vive isso, tem
muito medo e permite que a pessoa faça com você o que quiser. Mas consegui sair
disso e recebi muito respaldo, na Casa da Mulher Brasileira tive todo aparato
legal necessário e não me senti sozinha, me senti forte. Hoje, sou voluntária,
faço palestra para outras mulheres sobre o empreendedorismo feminino e sobre o
quanto são capazes de lutar por elas mesmas”, destacou Luz.
O evento ainda contou com a participação do grupo musical feminino “Divas do
Samba”, apresentação cultural da Associação Indígena Kapói, declamação de
poesias e aula de ioga.
Fonte: Ascom MP/RR