A extração de Petróleo na região do Essequibo reacendeu uma disputa antiga entre a Venezuela e a Guaiana pelo domínio geopolítico na região. O governo venezuelano emitiu um comunicado protestando contra o leilão dos blocos de petróleo da Guiana, que ocorreu na semana passada e resultou em 14 ofertas para blocos offshore.
A Venezuela alega que esses blocos estão em sua área marítima e não pertencem à Guiana, constituindo uma violação do Direito Internacional, a menos que haja um acordo com a Venezuela. O Presidente da Guiana, Irfaan Ali, rejeitou as declarações venezuelanas, afirmando que a Guiana tem o direito de realizar o leilão em seu território soberano, e alertou contra qualquer tentativa unilateral de restringir sua soberania.
Além disso, a Ministra das Relações Exteriores da Guiana, Amanza Walton-Desir, afirmou que a Oposição Parlamentar da Guiana apoia a posição do governo contra a tentativa venezuelana de minar sua soberania e integridade territorial.
O governo venezuelano busca desfazer acordos históricos e a Guiana tem um caso contra a Venezuela perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ). O caso envolve a validade da Sentença Arbitral de 1899, com a Guiana pedindo que a CIJ declare a validade dessa sentença e que a Venezuela seja responsabilizada por violações da soberania e dos direitos soberanos da Guiana, bem como pelos danos sofridos.
A Venezuela reivindica uma parte significativa da massa terrestre da Guiana no Essequibo, além de uma parte da zona econômica exclusiva (ZEE) da Guiana, que possui grandes reservas de petróleo. O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, decidiu que o caso deve ser resolvido pela CIJ, após o processo de bons ofícios entre a Guiana e a Venezuela não ter sucesso no passado.
A Guiana, por sua vez, está defendendo seu direito de explorar atividades econômicas em seu território soberano e marítimo em benefício de seu povo, com base em acordos históricos e no Direito Internacional.