A Polícia Civil de Roraima (PCRR) encerrou as buscas na área de mata entre os bairros Pricumã e Cinturão Verde, em Boa Vista, onde foram encontrados nove corpos. A operação, que mobilizou diversas forças de segurança, abre agora uma nova etapa de investigações para esclarecer os crimes, identificar as vítimas e mapear possíveis conexões com organizações criminosas.
A Delegacia-Geral de Homicídios (DGH) é responsável pela apuração das circunstâncias dos homicídios e identificação das vítimas, enquanto a Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (DRACO) investiga o envolvimento de grupos criminosos no caso.
O CASO
Os corpos foram encontrados no dia 20 de janeiro, após uma denúncia de que uma pessoa estaria fugindo de um grupo criminoso. Durante as buscas iniciais, a Polícia Civil localizou cinco corpos. No dia seguinte, foram descobertas mais quatro ossadas em uma manilha concretada, exigindo o uso de máquinas pesadas para a retirada.
PRISÕES
Dois venezuelanos, identificados como W. J. H. L., de 29 anos, e J. G. C. C., de 27 anos, foram presos em flagrante por ocultação de cadáver e associação criminosa. As prisões foram convertidas para preventivas após audiência de custódia.
O delegado Luís Fernando, da DGH, afirmou que as diligências continuam para identificar os envolvidos e apurar a dinâmica dos homicídios. "Estamos focados na identificação das vítimas, dos autores dos crimes e na qualificação de outros integrantes do grupo criminoso que participaram da ocultação", destacou.
INVESTIGAÇÕES AVANÇAM
A diretora do DHPP, Miriam Di Manso, informou que o trabalho pericial e as diligências avançam com a análise de vestígios, perícias e informações coletadas no local. Paralelamente, a DRACO apura se as mortes foram ordenadas ou executadas por organizações criminosas.
O delegado titular da DRACO, Wesley Costa de Oliveira, ressaltou que há um mapeamento em andamento para identificar conexões entre os suspeitos e atividades criminosas na região. "Estamos empenhados em identificar as vítimas e responsabilizar os envolvidos. Não descartamos novas operações baseadas em levantamentos prévios", disse.
IDENTIFICAÇÃO DAS VÍTIMAS
Até o momento, nenhuma das vítimas foi identificada. A perícia trabalha para estimar idade, altura e sexo, mas o processo é desafiador devido aos diferentes estados de decomposição dos corpos. A PCRR solicita que familiares de pessoas desaparecidas procurem o Instituto de Medicina Legal (IML) com documentos ou materiais que possam auxiliar na identificação, como exames odontológicos.
PARTICIPAÇÃO MULTI-INSTITUCIONAL
A operação contou com apoio do DHPP, DRACO, Instituto de Criminalística, Instituto de Medicina Legal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, e outros órgãos.
As investigações continuam com o objetivo de esclarecer os crimes e fortalecer o combate às ações criminosas no estado.
Texto: Ascom/PCRR
Fotografia: Ascom/PCRR