O câncer de colo de útero é o terceiro tipo mais prevalente de tumor entre as mulheres brasileiras e a quarta maior causa de morte.
Quase 65% das pacientes só descobrem a doença em estágio já avançado. Por isso, o novo Plano Nacional para a Eliminação do Câncer de Colo de Útero pretende implementar, no Sistema Único de Saúde, um teste molecular para diagnóstico do HPV, em substituição ao exame conhecido popularmente como preventivo ou papanicolau.
O público-alvo é composto por todas as mulheres, ou pessoas com útero, de 25 a 64 anos, principalmente aquelas que nunca fizeram exame preventivo.
Os serviços públicos também devem implementar um sistema em que a própria paciente poderá extrair o material para a análise, sem a necessidade de uma consulta ginecológica, segundo o diretor do Inca, Instituto Nacional do Câncer, Roberto Gil.
“A coleta do material pode ser feita por um profissional, mas a gente viu que um gargalo do rastreamento é que muitas mulheres, ou não iam ao posto ou se sentiam intimidadas, principalmente se era um homem que estava fazendo a coleta. Eram questões que dificultavam. Então começamos a trabalhar a autocoleta. Como é um exame mais simples de ser colhido pro teste molecular, temos hoje a possibilidade da autocoleta”.
O método já é testado em cidades de Pernambuco e São Paulo e, a partir do início do ano que vem, deve ser adotado de forma escalonada nas regiões Norte e Nordeste, que apresentam as maiores taxas de mortalidade pela doença. De acordo com o especialista, o novo programa de prevenção e de planejamento faseado deverá ser lançado até início de 2025.
“Primeira fase é a da prevenção. Então, a gente tá intensificando pra atingir a cobertura prevista de 90% das meninas e meninos do brasil com a dose da vacina contra o hpv. O segundo programa é a mudança do rastreamento, estamos saindo do exame citopatológico conhecido como papanicolau pro teste molecular, uma nova tecnologia que permite saber a persistência ou não do vírus”.
O público-alvo de vacinação contra o HPV é composto por meninas e meninos de 9 a 14 anos. A vacina também está disponível para pessoas imunodeprimidas, vítimas de violência sexual, usuários da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV, com até 45 anos e jovens com até 19 anos que não tenham se vacinado na idade adequada.
Fonte: Agência Brasil